Leitura do dia: Números, Capítulo 5

Publicado em 28/09/2012

      

Para entender a leitura deste capítulo precisamos considerar a cultura da época (exageradamente machista), o rigor da Lei a que os israelitas estavam submetidos e  a situação em que se encontravam: em caminhada pelo deserto.  Temos, no texto, a abordagem de três atitudes distintas:

1ª) a expulsão dos contaminados para fora do acampamento: aqui a ordem de Deus visa a preservação da vida; era necessário impedir que as doenças contagiosas resultassem numa epidemia geral, pois no deserto eram poucos os recursos que a comunidade dispunha para manter o povo saudável.  Entretanto, cabe lembrar que tal procedimento estendeu-se até o tempo de Jesus; não conivente com esta marginalização, Jesus foi até aos leprosos, curou-os e enviou-os ao sacerdote para re-inclusão na sociedade.

2ª) a prática da justiça: se alguém prejudicasse o próximo, esta injustiça era considerada como uma ofensa a Deus e a ambos (ao próximo e a Deus) deveria haver uma restituição ou reparação do dano causado.  Como viveríamos num mundo diferente se tal prática fosse assumida nos dias atuais!!!

3ª) o ciúme do marido:  quando não houvesse meios humanos (testemunhas) para se conhecer a verdade sobre um fato (culpa ou inocência) deveria se apelar para o juízo de Deus e Deus se manifestaria de alguma forma. Há quem considere que os procedimentos descritos no texto visam a defesa da mulher sobre quem recai a suspeita. Embora pudesse assim ser comprovada a inocência de uma mulher, erradamente condenada pelo marido, a submissão ao “rito” de julgamento já era uma grande humilhação... e, pergunto eu: onde está o homem que, possivelmente, teria adulterado com ela?... Por que só a mulher era submetida ao julgamento?... Por que não é descrita qualquer penalidade para ele?... Apenas os costumes da época teriam resposta a esses questionamentos.

Glória a Deus, que na pessoa de Jesus Cristo, nos mostrou que em Seu Reino não há discriminação entre homens e mulheres e a todos é reconhecida e respeitada a dignidade da pessoa humana! Tantos são os exemplos descritos nos Evangelhos!