Depois da grande batalha, do julgamento e da queda da Babilônia/ Roma – a cidade “prostituta” (que se vendia aos interesses do poder) e idólatra (que cultuava a adoração ao imperador) chega a hora da vitória de Deus.
Neste capítulo encontramos duas partes distintas: a primeira (cap. 1-10) continua a celebração da queda de Roma (que representa o poder constituído; hoje as nações e os sistemas de opressão, corrupção e degeneração do planeta em todos os níveis de governo), através de uma série de cânticos que procuram explicitar o significado desta queda e do convite para o banquete do Cordeiro – a vitória de Deus; a segunda parte (11-21) apresenta a Palavra de Deus como o grande guerreiro que derrota a Besta (este poder constituído) e o falso profeta (a ideologia do culto ao imperador; hoje o excessivo culto ao dinheiro e ao sexo).
A justiça divina não só julga mas recoloca tudo em seu devido lugar: Babilônia/ Roma foi parar no fundo do mar, do abismo e o povo de Deus foi parar no coração do Cordeiro para tornar-se sua esposa. A cidade-prostituta ainda persegue (hoje, o mundo das drogas, dos políticos corrompidos, do sexo desenfreado), mas podemos confiar na sua derrota porque é promessa de Deus. Jesus, o vingador do sangue derramado, o defensor dos excluídos, doentes e desamparados, enfrentou e derrotou o Dragão: Satanás. Deus, o juiz verdadeiro e justo, toma posição no conflito do mundo aqui de baixo. O mundo de cima anuncia o triunfo, canta a vitória de Deus. Jesus traz ao peito a faixa do sucesso onde se lê: “Rei dos Reis e Senhor dos Senhores” (16)
O texto traz imagens fortes, tiradas do livro da Sabedoria 18,15-16 e de Ezequiel 39, 4.17.18.20. Transforma em visão uma expressão freqüente no AT como:” eu te darei como pasto a toda espécie de aves de rapina e aos animais selvagens” (Ez 39,4). Resumidamente poderíamos afirmar: quem desumaniza o ser humano terá um fim desumano. Quem vive pela violência terá um fim violento, mas os que se mantém fiéis gozarão da recompensa de Deus.
Enfim, o livro do Apocalípse mostra que, depois dos sofrimentos, angústias, injustiças e todo mal que enfrentamos no decorrer de nossas vidas, há a certeza da vitória de Deus que é expressa nas sete bem-aventuranças encontradas neste livro;
• Feliz aquele que lê e aqueles que escutam as palavras da profecia e põem em prática o que nela está escrito. Pois o tempo está próximo. (1, 3)
• Felizes os mortos, os que desde agora morrem no Senhor. Sim diz o Espírito, que eles descansem de suas fadigas, pois suas obras os acompanham. (14, 13)
• Feliz aquele que vigia e conserva suas vestes, para não andar nu e para que não se enxergue a sua vergonha. (16, 15)
• Felizes os convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro. (19, 9)
• Feliz e santo quem participa da 1ª ressurreição. (20, 6)
• Feliz aquele que observa as palavras da profecia deste livro. (22, 7)
• Felizes os que lavaram suas vestes, pois assim poderão dispor da árvore da vida e entrar pelas portas. (22, 14)