Mais uma vez o Evangelho de João relaciona os acontecimentos da vida pública de Jesus às festas judaicas e, especificamente, neste capítulo, introduzindo o grande sacrifício de Jesus, afirma: “sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora” (13, 1) e conta a “cerimônia” do lava-pés, que é encontrada apenas neste Evangelho.
É um fato tão conhecido que pode até nos passar desapercebido (ou pouco valorizado) o gesto de humildade suprema de Jesus: um Deus que se ajoelha diante de homens rudes, simples, com pés imundos da terra por onde andaram... e lava, com amor esses pés, para ensinar: “Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros” (13, 14).
Com o coração dolorido, por já saber que um dos seus o iria trair, Jesus continuou sua missão até o fim; por já saber que restava-lhe pouco tempo em companhia dos amigos, preocupou-se em ensiná-los sobre a humildade e o amor que tornam capazes os atos de misericórdia, perdão e acolhimento.
Vale lembrar que a humildade é a porta estreita anunciada no Evangelho de Lucas (13,24) e no Evangelho de Mateus (7, 13) pela qual nem todos conseguirão entrar.