Jesus havia recusado a proposta do diabo na última tentação: dominar o mundo através do poder e da riqueza (reveja Mt 4, 8-10).
Agora, Ele está novamente num alto monte, acompanhado dos discípulos mais próximos, seis dias depois, lembrando o sexto dia da criação quando Deus criou a humanidade.
Jesus acabara de anunciar a sua morte e Pedro resistira (16, 21-23). Como lutar tanto e acabar derrotado?
A transfiguração é a certeza da glória, é a revelação da vitória final também de todos nós que nos comprometemos com o projeto de Deus, realizado em Jesus Cristo.
Moisés (que personifica a Lei) e Elias (o profetismo) conversam com Jesus. Isto para nos mostrar que, daqui para frente é Jesus quem vai ensinar tudo o que o Pai quer, em resposta ao nosso mais profundo desejo.
Pedro expressa nossa espontaneidade e ingenuidade. Ele quer reter aquele Jesus glorioso, quer segurar a glória fácil.
Não! A vida surgirá das cinzas da morte. A visão da glória na transfiguração não é para afastar da luta, mas para dar ânimo. É aqui que está o grande segredo para os cristãos: não desistir da luta no meio do caminho.
Na cura do menino epilético, Jesus censura os discípulos. Eles ainda não descobriram que, para realizar a ação libertadora, é preciso oração e jejum, é preciso decidir entre o projeto de Deus e o projeto do diabo (4, 1-11). A oração nos mantém conscientes do projeto de Deus e o jejum leva-nos a romper com o mundo da injustiça.
No final deste capítulo vemos a questão do imposto como grande desafio. Os fiscais perguntam se o Mestre Jesus paga o imposto ao Templo. Se o Templo é a Casa de Deus, seu filho não deve pagar tributo; pagá-lo é concessão, não obrigação. Para não provocar escândalo, Jesus paga. O dinheiro sai miraculosamente da boca de um peixe. Por quê?
Porque Deus atende, desde já, todas as necessidades dos seus filhos.