Neste capítulo, Mateus trata dos relacionamentos em comunidade. A pergunta inicial do discípulo denota o protocolo da época preocupado em definir as classes. Como seria então a nova comunidade no Reino dos Céus? Jesus compreende e arranca o mal pela raiz, dizendo que no reino celeste todos precisam ser como as crianças: humildes e obedientes.
A humildade das crianças advém de sua própria condição de fragilidade. As crianças são naturalmente fracas. Não são capazes de per si superarem situações difíceis, de auto sustentar-se, de controlar o ambiente. “ Como são naturalmente fracas, as crianças se deixam alimentar. Por isto, pedem e esperam. Como são naturalmente fracas, as crianças se deixam ensinar. Adultos querem ensinar; crianças se deixam ensinar. Crianças são naturalmente aprendizes.”
Mateus ainda nos fala da correção fraterna e do perdão. Corrigir o irmão é ato de caridade, desde que feito com zelo e amor. Na parábola do servo cruel, Pedro indaga matematicamente sobre o perdão e Jesus conta uma parábola também quantificável e faz questão de dizer que a dívida era uma fortuna inimaginável (24) e mesmo assim o rei o perdoou. Não deveria o mesmo homem aprender a exercer a misericórdia recebida com seu próximo? Não é o nosso Deus mestre em amar e perdoar? Não é nosso Pai aquele que deixa as 99 ovelhas e vai em busca da que se perdeu?
Senhor, hoje nós te pedimos a graça de sermos como as crianças; humildes no pensar, humildes no servir, humildes no agir e no perdoar. Que nós possamos destrancar nossos compartimentos, abrir os cadeados e as algemas que nos acorrentam e clamar ao Senhor: vem ó Pai! Vem fazer morada no meu ser. Vem romper os paradigmas encrustados em mim como limo criado nas pedras, nas pedras da minha história. Vem tornar-me dócil ao Teu Espírito e obediente a Tua Palavra. Amém!