Neste trecho do Evangelho Jesus nos dá ensinamentos sobre o Reino de Deus e a Sua justiça (1-16), sobre a Sua morte e ressurreição – não assimilada ainda pelos discípulos (17-19), sobre o exercício do poder com espírito de serviço (20-28) e sobre a cegueira física que é compensada pela agudeza espiritual: os cegos de Jericó reconhecem Jesus como Messias e confiam na Sua misericórdia, três vezes invocam-No como Senhor! (29-34); a convicção do clamor desses moços é tão profunda, que o seu grito foi adotado pela liturgia para o pedido de perdão: “Senhor, tende piedade de nós!”
Por estarmos tão influenciados pela cultura da retribuição e a relação entre horas trabalhadas X salário devido, podemos ter dificuldade de entender a lógica de Jesus, nesta parábola dos trabalhadores da vinha. À primeira vista pareceu-me injusto. Só depois de muita reflexão, oração e leitura, pude compreender a grandiosidade do coração do Pai que presenteia seus filhos e filhas, acolhendo-os no Reino, seja qual for o momento que se voltam para Ele. Não importa que seja na infância, na juventude ou na velhice, importa apenas que aceitaram o convite e... receberão igual pagamento. “Eu quero dar a este último o mesmo que dei a ti” (14). Obrigada, meu Deus, por sua bondade infinita! Que mesquinhês a nossa (como a daqueles operários que se julgaram injustiçados, ao verem o dono da vinha pagar a mesma diária para os que chegaram mais tarde), ao invés de nos alegrarmos com a misericórdia do Pai... que deseja que todos se salvem, mesmo que seja na última hora!!!...
A mãe de Tiago e João, os filhos de Zebedeu, pede a Jesus que seus filhos se sentem à direita e à esquerda d´Ele no Reino. Jesus não a condena (como mãe ela quer o melhor para seus filhos), mas adverte-a sobre o sofrimento e as renúncias que devem enfrentar aqueles que decidirem-se sobre o Seu seguimento; e aproveita o fato para instruir essa mãe, seus discípulos, e nós hoje, sobre a humildade e o serviço.
Cristo, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso!