Assim como o profeta Oséias, Ezequiel retoma a imagem da prostituta quando se refere ao povo de Israel, que abandonou o Senhor e idolatrou outros deuses.
Nessa longa alegoria, Ezequiel reproduz toda a história de Israel: a criança permanece manchada de sangue e cresce selvagem, até a aliança do Sinai, descrita sob a figura do casamento (conforme versículo 8).
Mas, não somente a idolatria é condenada, mas também as alianças feitas com os egípcios e os assírios, consideradas como prostituição e adultério, por infidelidade à promessa divina de proteção sobre o povo eleito (versículos 26 e 28).
Felizmente, o capítulo termina com a esperança do amor gratuito de Deus, concedidos a Israel não em razão do seu arrependimento (que virá sob uma nova aliança), mas por graça e iniciativa do próprio Deus: “Eu me lembrarei da aliança que fiz com você, quando você era jovem, e farei com você uma aliança eterna.” (versículo 60). Temos aqui já a prefiguração da vinda do Messias: Jesus, o Esposo da esposa Igreja.