Esta passagem compõe o contexto de uma nova Jerusalém e a realidade de um povo restaurado. É possível inferir deste capítulo um tema marcante do Livro de Ezequiel: o culto como cerne da restauração da comunidade.
Desta forma, o novo templo e os rituais têm a função de ressaltar para a comunidade a necessidade vital de um símbolo concreto da “morada” de Deus junto ao povo. Para tanto, destacam-se aqui três aspectos principais: as normas para a proximidade com a comunidade restaurada; as questões patrimoniais, em que a lei existe em função da integridade dos respectivos patrimônios do príncipe e do povo; e, por fim, a confecção de alimentos sagrados, que devem ser preparados à parte, para que sua consagração não atinja o povo ou não sejam contaminados.
Importante ressaltar, contudo, que todo o ritual descrito e o templo apresentado estão, como toda a mensagem do profeta Ezequiel, centrados em Deus, sua relação com o povo eleito, e o futuro desta relação, e, assim, são instrumentos na busca pela proximidade e intimidade com Deus.