Depois do poético capítulo 24 sobre o encontro de Isaac e Rebeca, o texto bíblico apresenta a genealogia de Abraão com sua nova esposa, Cetura (25, 1-6) e de Ismael – filho de Abraão com a escrava Agar (12-18), de quem descendem os muçulmanos. Entre essas duas genealogias está a morte e sepultamento de Abraão feito por seus dois primeiros filhos: Isaac e Ismael.
A partir do versículo 19 a História da Salvação ganha destaques significativos como:
- a esterilidade de Rebeca, tal como aconteceu com Sara e, posteriormente, com Raquel, com a mãe de Sansão, com Ana, mãe de Samuel e com Isabel, mãe de João Batista – todas fertilizadas pela intervenção de Deus, porque para Ele “nada é impossível” (Lc 1, 37);
- a rivalidade entre os irmãos desde o ventre materno e o gesto de Jacó (26) prefiguram uma situação histórica: dois povos irmãos, separados, rivais e um dominando o outro;
- ambos os filhos terão seus nomes trocados ao longo do texto bíblico: Jacó/ Israel e Esaú/ Edom e esses nomes trocados serão os nomes dos próprios povos que eles lideram;
- Jacó, astuto, egocêntrico e mentiroso é considerado como a personagem bíblica que mais claramente mostra o conflito entre baixos e altos da natureza humana... e, apesar de todas as suas debilidades, foi um instrumento escolhido por Deus; com Abrão e Isaac forma o nosso trio patriarcal.
Que o Deus que transformou Jacó e fez dele um líder para seu povo, possa também nos corrigir, nos aperfeiçoar e nos tornar instrumentos úteis na tarefa contínua de edificação de seu povo e construção de seu Reino de justiça e de paz. Amém!