Este capítulo narra a "história de José", o mais novo dos filhos de Jacó com Raquel. Nela encontramos muitos relatos e sentimentos próprios do homem: vingança, ciúme, inveja, ironia, ignorância, inocência, medo, maldade e favoritismo.
Imaginemos o que passou José sabendo que iria morrer devorado por um animal ou vendido como escravo, num plano tramado por seus próprios irmãos? Terá ele perdido a fé e duvidado dos sonhos que ousadamente ou ingenuamente relatou aos seus familiares? E Jacó, como se sentiu ao ver a túnica ensanguentada de seu dileto filho? Será que maldisse a Deus?
A história de José está mais próxima de nós do que pensamos. Famílias, comunidades, grupos são destruídos por favoritismos, inveja, ciúme e intrigas. Muitas vezes somos sobressaltados por situações que nos causam dor, revolta, medo, tristeza... e nestes momentos, somente a fé é capaz de restaurar a graça de Deus que habita em nós e nos dar a fortaleza para superar as adversidades.
Que maravilha saber que somos filhos de Deus, e saber que assim como na história de José, Deus também está presente na nossa história. Que apesar da nossa predisposição ao pecado, com nossa debilidade e covardia, Ele resolve fazer prevalecer sua vontade e executar seus planos, naqueles que decidem abrir-se para ser Seu santuário.Destaca-se aqui, a nobreza de José em detrimento da fraqueza de caráter de seus irmãos. Ele era o preferido de seu pai e uma espécie de mensageiro dos irmãos que continuam o ofício paterno. Este favoritismo certamente trouxe a sua família a ira e o ciúme, agravados pelos sonhos que José teve. Seus irmãos o zombam de "sonhador" e tramam sua morte, pois eliminando o sujeito, elimina-se também a possibilidade de tornar-se servo dele. Naquela cultura, os sonhos contados podiam ser oráculos. O primeiro sonho, de cenário agrícola, anula a igualdade dos irmãos. O segundo vai para a esfera estelar, corroborando a crença de que povos e chefes tem no céu uma constelação que marca seu destino.