
Todos os sacerdotes de Israel eram da tribo de Levi e deviam oferecer sacrifícios para expiação de seus próprios pecados e dos pecados de todo povo. Nesta carta, e especialmente, neste capítulo 5, o autor quer mostrar que Jesus é um sumo sacerdote diferente dos demais sacerdotes:
a) foi escolhido pelo próprio Deus (“Tu és o meu filho, eu hoje te gerei” Salmo 2,7)
b) Não tem pecado e nem é da linha levítica (“Tu és sacerdote perpétuo na linha de Melquisedec” Salmo 110, 4)
Melquisedec é citado em Gn 14, 18 como um “rei sacerdote que venera o Deus supremo e surge para receber tributo de Abrão e pronunciar sobre ele a bênção” Bíblia do Peregrino e, segundo a Bíblia da Ave-Maria “ um personagem símbolo do Messias”. Embora sendo Deus e sumo sacerdote, recorda o autor o sofrimento e a obediência de Jesus Cristo, que prostrou-se diante do Pai em súplicas com lágrimas (que devem referir-se à oração no Horto das Oliveiras), mas aceitou plenamente a vontade d´Aquele que o gerou, tornando-se por isso “causa de salvação eterna” (5, 9)
Por esta leitura o autor nos convida a uma reflexão mais profunda sobre os mistérios de Deus e a obra salvífica de Jesus Cristo, sobre o compromisso do cristão e a busca contínua da distinção entre o bem e o mal.