A comunidade cristã, quando conhece e vive o projeto de Deus, é radicalmente livre, não se dobra diante de pessoas ou coisas, pois pertence unicamente a Cristo e a Deus.
Paulo, que havia fundado esta comunidade de Corinto, exorta a mesma a tomar consciência de suas sombras.
A busca do prestígio e da “sabedoria dos grandes” levou a comunidade à divisão. Além de comprometer a unidade de Cristo, a divisão torna os agentes de pastoral “senhores da comunidade”. Pior ainda: os cristãos de Corinto estão reproduzindo o mesmo tipo de sociedade desigual em que viviam anteriormente.
Simpatizando com este ou aquele agente de pastoral, os coríntios privilegiam uns em prejuízo dos outros, além de provocarem idolatria, colocando pessoas no lugar de Jesus.
Paulo apresenta duas comparações: a primeira vem do campo. A comunidade é como uma plantação: joga-se a semente do Evangelho no chão da vida, rega-se, mas a capacidade de fazer nascer e crescer vem de Deus (3, 6). A segunda comparação vem da cidade. A comunidade é como uma construção: Paulo é o engenheiro que põe o alicerce e, mais tarde, Apolo constrói por cima.
Paulo e Apolo trabalharam em tarefas complementares, evangelista e catequista, a serviço da fé, não podem ser causa de divisão. A comunidade é o campo e a construção é o Templo de Deus, onde habita o seu Espírito.
O agente de pastoral é, portanto, servidor, se orienta em Jesus crucificado e não se considera sábio nas coisas deste mundo, seus pensamentos não são vazios, não se gloriam nos homens, mas reconhecem:
“Somos colaboradores de Deus, lavoura de Deus e construção de Deus” (vers. 9)