Este salmo é uma oração que expressa a confiança coletiva do povo de Deus num momento de grande aflição. Eles tinham perdido tudo: sua pátria, seu Templo, suas casas... mas não a sua fé. Juntos eles rezam: “Não a nós, ó Senhor, não a nós, ao vosso nome, porém, seja a glória, porque sois todo amor e verdade.” (1). E à pergunta provocadora de seus opressores: “Onde está o seu Deus?” (2b), eles respondem: “O nosso Deus está no céu, e faz tudo o que deseja.” (3)
Ao contrário dos deuses inanimados, os ídolos ocos e vazios construídos por mãos humanas, o ser humano foi feito à imagem e semelhança de Deus (Gn 1, 26); os pagãos põem sua confiança nos ídolos que fabricam, mas a casa de Israel confia em Javé, seu auxílio e seu escudo (9-11) e essa confiança gera a bênção, distribuída pelos três grupos: a casa de Israel (autoridades e lideranças), a casa de Aarão (os sacerdotes) e os que temem a Javé, pequenos e grandes. (12-15).
A bênção, na Bíblia, é sinal de fertilidade; depois de criar o homem e a mulher, Deus os abençoou e disse: “Sejam fecundos, multipliquem-se, encham e submetam a terra” (Gn 1, 27-28). Tristemente reconhecemos, hoje, que a terra que Deus deu aos homens e aos quais pediu que cuidassem, foi, e continua sendo ao longo dos séculos, usada, maltratada e destruída para atender aos desejos egoístas de poderosos e inescrupulosos. Por isso levanta-se em todo o mundo o clamor pelo trato adequado da terra, da natureza e de toda criação e pela sua partilha humanitária.
Os versículos finais faz-nos lembrar que, na época em que este salmo foi escrito, ainda não havia conhecimento sobre a ressurreição dos mortos, por isso o povo acreditava que a região dos mortos era o local do silêncio, da ausência, cabendo aos vivos o louvor “desde agora e para sempre!” (18).
Que pela oração deste salmo seja reavivada a nossa fé.
Que em nossas vidas saibamos sempre bendizer ao Senhor! Honrar Teu Santo Nome, Teu amor e fidelidade, agora e para sempre. Amém! Aleluia!