Oração de confiança individual que se abre a comunidade. Um dos mais breves e íntimos do saltério. A intimidade aboliu circunstancias externas, fixou um momento perdurável. O orante se abre: olha para dentro e comunica ao Senhor o que descobre. Olhou-se com tal lucidez e honestidade, que se atreve a jurar perante Deus. A comparação do menino e da mãe se estabelece entre o desejo e o eu maduro. É comparação psicológica e não teológica. O desejo pode ser como criança necessitada, imprevisível, fraca e exigente, inquieta e sem arbítrio. Cabe a mãe acolhe-lo com domínio brando, com decisão carinhosa. Cabe ao homem dominar e serenar o seu desejo, com juízo e compreensão. Parece que o autor era um ancião, que descobre o que é o essencial da vida, e deixa os desejos e paixões fazendo sua escolha definitiva pelo Senhor. Que assim seja também em nossas vidas.